A hipertensão é uma doença crônica que causa a morte de 9,4 milhões de
pessoas por ano em todo mundo, além de também estar relacionada com 45%
dos ataques de coração e 51% dos derrames cerebrais, alertou nesta
quarta-feira a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Por conta desse fato, a OMS elegeu a hipertensão, ou tensão arterial
alta, como tema do próximo Dia Mundial da Saúde, realizado a cada ano no
dia 7 de abril para celebrar o aniversário da criação da entidade.
Com intenção de conscientizar as pessoas sobre seus riscos, a agência
das Nações Unidas lembrou que, globalmente, as doenças cardiovasculares
matam anualmente 17 milhões de pessoas, sendo que 9,4 milhões de mortes
estão ligadas diretamente aos problemas de hipertensão.
Segundo os últimos dados da OMS, divulgados ainda em 2008, 40% dos
adultos com mais 25 anos no mundo sofriam de hipertensão, ou seja, um
bilhão de pessoas, enquanto, em 1980, esta doença afetava 600 milhões de
pessoas com mais de 25 anos.
Um dos principais problemas que a luta contra hipertensão enfrenta é o
fato de que ela afeta especialmente os países de média e baixa renda. De
fato, 80% das mortes causadas por doenças cardiovasculares ocorrem nos
países em desenvolvimento.
Esse fato não está ligado ao fato dos países menos desenvolvidos
possuírem populações maiores, mas à fragilidade dos sistemas de saúde.
De acordo com a OMS, a maioria dos casos de hipertensão nos países
subdesenvolvidos não é diagnosticado, controlado e nem tratado.
Concretamente, o maior índice de casos de hipertensão no mundo é o da
região africana, com 46%, enquanto a menor incidência se dá na região
das Américas.
"Nos países desenvolvidos, os sistema de saúde detectam de forma
adiantada a doença e, por isso, tratam com mais agilidade, já que têm
meios para isso. No entanto, em lugares da África, não só os sistemas de
saúde são frágeis, mas os hábitos culturais também mudaram e para
pior", explicou Shanthi Mendis, diretora interina do departamento de
Gestão das Doenças Não Transmissíveis da OMS.
"Os africanos não fazem tanto exercício como antes e comem muitos
alimentos salgados. Os preços das matérias-primas também estão altos, o
que dificulta o acesso aos produtos naturais", acrescentou Shanthi.
O consumo de tabaco, o excesso de sal e de açúcar, a falta de exercícios
físicos e o colesterol alto são algumas das principais causas diretas
da hipertensão.
"A detecção precoce da hipertensão e a redução dos riscos de ataques
cardíacos e acidentes vasculares cerebrais geram muito menos custos às
pessoas e aos Governos que uma cirurgia de coração e outras intervenções
que podem ser necessárias se a tensão arterial não for controlada",
concluiu.
Fonte: Folha de São Paulo
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