Medicamentos de última geração impedem o avanço do edema macular, uma das principais causas da perda de visão em diabético.
Avanços da pesquisa em oftalmologia estão permitindo, pela primeira vez, a recuperação da visão de pessoas que passaram a enxergar apenas borrões ou ficaram cegas por culpa do edema macular diabético (EMD). A doença é marcada pelo acúmulo de líquidos na mácula, a porção central da retina, associada à visão detalhada usada para ler e discernir rostos. Estudos recentes mostram que remédios para impedir o aparecimento de vasos sanguíneos na região são eficientes para barrar o avanço da enfermidade.
Recentemente, a Food and Drug Administration, agência do governo americano responsável pela liberação de remédios, aprovou a primeira substância com essas características para combater o edema, o ranibizumabe (nome comercial Lucentis). No Brasil, a autorização para sua comercialização foi dada há três meses. O remédio bloqueia o chamado fator de crescimento endotelial (VEGF), que aumenta a permeabilidade dos vasos sanguíneos e permite o vazamento de fluidos para a mácula. O produto já era usado contra a forma hemorrágica da degeneração macular relacionada à idade, a primeira causa mundial de cegueira. Outros medicamentos do gênero, como o aflibercepte (nome comercial Eylia), serão lançados com a mesma finalidade. Além disso, mais um remédio integrante de uma nova classe deverá estar disponível em três anos.
Até o momento, o melhor tratamento era cauterizar com laser ao redor
da área afetada. Isso continha a progressão da enfermidade, mas
raramente devolvia a visão. A estratégia agora é combinar o laser com as
novas medicações. “Nos estudos clínicos, um terço dos voluntários com
edema recuperara linhas de visão. Alguns voltaram a dirigir”, diz André
Gomes, pesquisador da enfermidade e vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Retina e Vítreo. “É um avanço para tratar problemas em uma
área na qual nem sempre o laser ou outros medicamentos davam bons
resultados”, afirma Keila Carvalho, chefe do Departamento de
Oftalmologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual
de Campinas. Ela não participa de pesquisas sobre a doença.
Fonte: Revista Isto É
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